Casa dos Vinhos 14 Regiões, abre nova loja em Leiria

Casa dos Vinhos 14 Regiões, abre nova loja em Leiria

Com sede em Maceira, desde 2022, a garrafeira torna-se ainda mais próxima dos leirienses, com a abertura de nova loja, no Mercado Municipal de Leiria.

Descubra, nesta entrevista a Acácio Filipe, seu fundador, quem é a Casa dos Vinhos 14 Regiões e a sua visão para dar a conhecer vinhos portugueses de excelência.

Tendo iniciado o seu percurso, enquanto empreendedor, no âmbito da retificação de precisão, em 1992, foi em 2022 que, Acácio Filipe, administrador do Grupo ASF, se aventurou no mundo dos vinhos, inaugurando a garrafeira Casa dos Vinhos 14 Regiões.

Tratando-se de uma paixão de longa data, explica Acácio, o passo natural, passou por juntar o útil ao agradável.

Criar uma maior proximidade com produtores e consumidores, acabou por ser um dos fatores decisivos, para a abertura da garrafeira, a par da necessidade que sentiu, em partilhar uma cultura diferente e desmistificar alguns dogmas e falsos pressupostos, associados com as garrafeiras.

Sentiu ter um contributo, algo de novo a acrescentar.

Desde o início, a ideia passou por atuar ao nível do comércio de proximidade, com a abertura da Casa dos Vinhos 14 Regiões em Maceira - Leiria, alargando para a web, com a posterior abertura da loja online.

A par desta vertente, a Casa dos Vinhos 14 Regiões, opera no âmbito da revenda e distribuição, porém, é no contacto direto, com o público, que Acácio sente maior entusiasmo e conforto, a cultivar amizades.


1. Gostaríamos de começar com uma questão simples, mas extremamente relevante. Porquê o nome 14 Regiões?

A resposta é tão simples e direta quanto a questão. Apesar de dispormos de produtos de outras origens, a nossa aposta incide em produtores e no produto nacional, pelo que o nome, em si, constitui uma ode à cultura vitivinícola e às 14 Regiões produtoras de Portugal.

 

2. Qual é, a ver do Acácio o fator distintivo de diferenciação da Casa dos vinhos 14 Regiões. O mesmo será dizer, num mar de garrafeiras, qual a proposta de valor, para os clientes?

Apenas posso falar da minha experiência pessoal, daquilo que senti falta noutras garrafeiras e mesmo nas grandes superfícies. Mais do que vender, pretendemos partilhar conhecimento e instruir o cliente na arte de identificar vinhos. 

“Mais do que vender, pretendemos partilhar conhecimento e instruir o cliente na arte de identificar vinhos.”

 

Não basta dizer que é bom. Para além da variável gosto pessoal, há todo um conjunto de fatores a considerar, no momento de propor um vinho. Não estamos a beber um simples copo de vinho, estamos a potenciar uma experiência de consumo.

Desde as características do vinho, à harmonização, passando pela preferência pessoal do cliente, temos de considerar e conciliar vários aspetos, para assegurar uma experiência de degustação positiva e isto é algo que procuramos praticar com rigor e excelência.

Toda a equipa está em sintonia com esta filosofia.

 

3. Prevalece a noção de que o modelo de negócio das garrafeiras, gravita em torno do segmento premium, tornando-as dissuasivas, para quem procura vinhos mais acessíveis. Qual a opinião do Acácio, sobre esta questão?

É precisamente neste ponto que incide aquele que considero o segundo ponto de diferenciação da casa dos vinhos.

A resposta resumida é de que atendemos às necessidades de diferentes perfis de consumidor. Temos produtos para todos os gostos e “carteiras”.

Temos orgulho no que fazemos e queremos marcar pela diferença, ao nível do serviço e de uma oferta diferenciada que recai, não em rótulos ou nomes já estabelecidos no mercado, mas na verdadeira essência do néctar que disponibilizam.

Apostamos em produtores com oferta de excelência, novos nomes ou nomes com presença reservada no mercado.

Temos então duas tarefas, auxiliar na construção da reputação do produtor e quebrar um pouco com o comodismo do consumidor, no que respeita o vínculo com marcas dominantes no mercado.

Há vinhos de excelente qualidade à espera de serem descobertos e nós queremos auxiliar o produtor, neste processo, dando a conhecer estes tesouros escondidos da produção vitivinícola nacional, ao consumidor.



4. No contexto da relação qualidade preço, as grandes superfícies são um concorrente de peso. Qual o ponto de vista do Acácio relativamente ao domínio das grandes superfícies, no setor dos vinhos?

Concorrente, não será o termo adequado, considerando a disparidade do modelo e da proposta.

Aqui reincidimos na questão da relação qualidade preço e dos falsos pressupostos, associados com as garrafeiras.

A ideia de que as garrafeiras atuam apenas, no segmento premium, é um mito com graves implicações, que, infelizmente, perdura. Uma espécie de um boato persistente que dissuade o consumidor de perceber o importante papel de uma garrafeira na prática e divulgação de bons princípios de consumo.

Enquanto é verdade que oferecemos um serviço premium, com foco na qualidade de serviço  e disponibilização apoio especializado, a nossa oferta é diversificada e abrange uma vasta audiência.

Colocando em termos simples, comparar os dois modelos, será o mesmo que equiparar uma consulta médica (com um diagnóstico rigoroso decorrente de atenção detalhada aos sintomas do paciente, por parte de um profissional de saúde), com uma passagem rápida, pela farmácia, para levar “qualquer coisa”, para as dores.

“…A ideia de que as garrafeiras atuam, com exclusividade, no segmento premium, é um mito que, infelizmente, perdura…”

A nossa missão é ir além do papel da prateleira ou do mero expositor, num corredor. Este é, a meu ver um enorme fator distintivo entre as grades superfícies e a proposta de uma garrafeira. A proximidade com o cliente, a partilha de conhecimento, o papel informativo, o acompanhamento. O grau de atenção ao processo e à experiência.

 

“…são espaços de atuação com propostas completamente distintas […] somos mais que meras prateleiras num corredor…”


Os verdadeiros apreciadores deste mundo sabem que é aqui que devem procurar aprofundar conhecimento e alargar os seus horizontes. Uma garrafeira, não atende a um círculo elitista, é uma escola aberta a todos os que têm gosto por bom vinho e por uma boa experiência.

Comprar um vinho, deve ser um diálogo, não um procedimento frio, reduzido à mera escolha de um “desconto imperdível”.

“… Comprar um vinho, deve ser um diálogo, não um procedimento frio, reduzido à mera escolha de um “desconto imperdível” …”

Não são palavras minhas, é um tópico já explorado e debatido na comunicação social, o facto de as grandes superfícies perpetuarem a ilusão da promoção, dos imperdíveis abates de preço, do mítico, do inacreditável.

Em contrapartida, privilegiamos a transparência e também percebemos que o produtor não pode ser sobrecarregado com margens esmagadas, das quais acabam por se tornar vítimas, quando lidam com o monopólio das grandes superfícies.

Temos uma obrigação, enquanto distribuidores e promotores, pelo que não podemos fomentar e perpetuar práticas que colocam em risco a subsistência do pequeno médio produtor.



5. O Acácio poderia partilhar connosco algumas dificuldades e aprendizagens adquiridas, desde o início do projeto Casa dos Vinhos 14 Regiões?

Sentimos alguma dificuldade principalmente ao nível da colocação da nossa filosofia, em prática, sobretudo ao nível da restauração.

Sempre existiu o intuito de ter uma abordagem diferente, junto do canal HORECA.

Desde estudar a ementa de cada estabelecimento e ajustar a nossa oferta ao cardápio, a insistir na formação dos empregados, sentimos alguma resistência, em grande parte, devido à realidade do setor.

Não estávamos cientes de que o nosso público-alvo poderia não estar recetivo, sobretudo considerando que, a grande maioria dos estabelecimentos, compreensivelmente, procura vinhos baseados no critério preço, atentando ao conceito proposto e à viabilidade financeira do seu modelo de negócio.

A área da restauração é também uma área muito dinâmica, com horários bastante preenchidos e pouco tempo para conseguir conciliar com esforços de formação dos funcionários, algo que gostaríamos de oferecer, para assegurar a qualidade de toda a experiência, desde a escolha dos vinhos para o nosso catálogo, até ao momento do consumo, assegurando toda o rigor do serviço.

Esta realidade também foi manifesta, nos primeiros tempos de atividade, junto do consumidor final, mas sentimos que, no que diz respeito ao comércio de proximidade, esta abordagem já começou a surtir efeito e a fidelizar clientes que perceberam a proposta de valor, da nossa filosofia.



6. Um dos pilares da estratégia da Casa dos vinhos 14 regiões, assenta sobre o modelo de exclusividade, ao nível do distrito de leiria.

Considerando que, atualmente, os consumidores tendem a optar pelo comércio online, que estratégias de diferenciação adotaram, para lidar com esta questão?

Aqui existe um grande esforço, da nossa equipa em informar o cliente e trabalhar a comunicação no sentido de evidenciar a qualidade do produto. São referências relativamente desconhecidas do grande público, mas sentimos que existe grande recetividade.

Considerando a falta de fronteiras, o mais óbvio seria incidir na guerra de preços, porém o nosso foco e fator de diferenciação recaem na qualidade do produto e do serviço.

Desde suporte, a agilidade de entrega, queremos garantir a total satisfação do cliente. São disso prova as inúmeras avaliações positivas feitas à nossa loja, quer no google reviews, quer no Truspilot, assim como a nossa elevada taxa de fidelização.

“…. Desde suporte, a agilidade de entrega, queremos garantir a total satisfação do cliente…”

Ocasionalmente, realizamos campanhas promocionais, de forma a incentivar o primeiro contacto com rótulos desconhecidos, mas acreditamos no nosso produto e não queremos entrar numa guerra de preços, não é o nosso foco, tão pouco a nossa proposta de valor.



7. Com a abertura da loja nº 2, no mercado Municipal de Leiria, certamente já se pode falar num modelo de negócio estruturado e replicável.
Com isto em mente, o Acácio pode indicar-nos qual a visão a médio longo prazo, para a Casa dos Vinhos 14 Regiões

Creio que não seria despropositado falar em franchisar, mas tornou-se num projeto tão apaixonado e pessoal que é algo que permanece apenas no âmbito da possibilidade.

Por agora, quero apenas pensar que estamos a vingar, num mercado extremamente competitivo, sem abdicar da nossa filosofia orientadora e dos nossos valores.

Há muitas garrafeiras, com abordagens distintas, não queremos ser apenas mais uma, pelo que, a nossa missão, é chegar ao topo, mantendo-nos fiéis à nossa identidade e ao princípio da qualidade e do rigor.

“…a nossa missão, é chegar ao topo, mantendo-nos fiéis à nossa identidade e ao princípio da qualidade e do rigor…”


A abertura da nova loja constitui uma reafirmação da nossa intenção e da nossa filosofia. É, para todos os efeitos, um prolongamento da nossa missão.

Para além de uma aposta maior no modelo de proximidade, a loja de leiria servirá de ponto de recolha para encomendas realizadas na nossa loja online, proporcionando maior comodidade aos nossos clientes.

Neste sentido, aproveito para deixar convite para nos visitarem, na loja nº 6, do Mercado Municipal de Leiria, para conhecer a nossa equipa e a nossa oferta.

Esperamos por si.

Voltar para o blogue